Thursday, March 19, 2009

África


“ Aprende a escutar o silêncio,
diz a velha África, e descobrirás o que é música.”

Amadou Hampâté Bâ
Trata-se, sem dúvida alguma, de uma difícil tarefa, senão, quase impossível, a de remover nossos condicionamentos tão solidamente estruturados, há tanto tempo forjados, para adentrar num universo onde deuses e homens caminham num mesmo espaço. Este é o dilema e o abismo da ciência contemporânea, enquanto contempla as luzes que lhe mostraram como alcançar o domínio sobre a matéria, permanece cega para as luzes que brilham para além dela.
No universo tradicional da África antiga “tudo fala, tudo tem voz, tudo procura nos comunicar um jeito de ser misteriosamente fecundo” ressalta Hampâté Bâ.
A verdade é que devemos nos tornar capazes de ouvir antes de pensarmos acerca de qual é a categoria a que pertence aquele ou este objeto, na medida em que ele é, além de sua aparência, a expressão sensível de um todo que é manifesto para o artista.

Saturday, March 14, 2009

Sunday, February 15, 2009

Arcón de Sastre: premio Bloggers Arts a la creación

Das surpresas que a Arte me reservou poucas me sensibilizaram tanto quanto a indicação deste meu blog para a lista dos melhores blogs de arte na rede, indicação que recebi de Auxi, a Voz das Musas - um nome que me soa quando ouço seus poemas. Deste modo, quase nada posso dizer além de minha satisfação em partilhar deste espaço virtual com a poeta. Muitíssmo obrigado Auxi, sua visita em meu blog é e sempre será uma honra.
Saudações!
Mauro Andriole



Arcón de Sastre: premio Bloggers Arts a la creación

Friday, February 13, 2009

Auxi e a Voz das Musas


Dificilmente o que escreverei sobre Auxi será à altura do que é deparar-se com sua vasta obra. E não poderia ser diferente, porque a poeta é a Voz das Musas e, portanto, o que nos mostra, canta e encanta está para além do que as palavras são capazes de exprimir aqui por si mesmas.
É por isto que tenho aqui a honra de citá-la como uma das mais sutís e fabulosas experiências que a Net oferece para os aventureiros do mundo das Artes.
Auxi por ela mesma...

Auxi González
Hace mucho que me aficioné a coleccionar belleza. Hace poco que me aficioné a compartirla. Sin embargo, si quieres saber algo de mi, tendrás que cruzar antes todos mis mares...
Conheçam:
Recebi gentilmente desta poeta um prêmio que transcrevo abaixo:
"Este premio ha sido creado con la intención de promover las artes en el los bloggers y así motivar mejor el espíritu solidario de los mismos, fraternos con los bloggers, respeto y admiración, y que promuevan las artes dentro de un espíritu escrito, o imágenes promoviendo así las artes una forma de mostrar afecto, y el reconocimiento de trabajo, agregando valor a la web de quién recibe el premio a la creación artística"Aquellos que acepten el premio han de seguir estas reglas:···- Llevar el logo bloggers Arts- Vincular el blog del cual se recibió el premio- Elegir 7 blogs para otorgarles el premio y comunicárselos- Promover las artes por medio de los Bloggers
Y siguiendo dichas bases, concedo el premio Bloggers Arts a la creación a los siguientes blogs: conect*arte, de Anna; el space de Marcela; recogedor, de Gollus; el space de José Luis; el blog de Mauro Andriole; el blog de CádizFoto; Pintura y Poesía, de Algaire.
Assim, tal qual Ulisses, amarrado ao mastro, parto em minha galera para navegar os mares deste oceano virtual para encontrar os lugares em que a Arte repousa e nos desperta para sua vastidão. Em breve, retorno com o relato destes lugares. É o destino a que a poeta me lança.

Wednesday, February 04, 2009

SAPAIN


MONOTIPIA DA SÉRIE DANÇA PARA SEGURAR O CÉU -2003
...ao final da octagésima semana os ciclos naturais entraram em harmonia com o mundo dos mamaés...foi quando Sapain nasceu.

ARUAK

MONOTIPIA DA SÉRIE DANÇA PARA SEGURAR O CÉU - 2003

MEMÓRIA DA PEDRA



TODA NATUREZA ESTÁ EM PERMANENTE CONTATO. FLUIMOS ENTRE ESTADOS PSÍQUICOS E FÍSICOS SEM NOS DARMOS CONTA DE QUE TUDO AO NOSSO REDOR ESTÁ DIALOGANDO...ÀS VEZES, CONOSCO.

Tuesday, January 20, 2009

Logos


Se há alguma razão de ser das coisas, o homem não a conhece em seu significado verdadeiro, mas, é capaz de sentir, pela intuição, que não sabe sobre o que sente.

Futuro do passado

Nós teríamos sido...fomos talvez menos do que saberemos dizer

...sem jamais imaginar antes de sermos outros que não estes que não fomos no passado...tempo perdido tempo...sem nunca ter sabido além de especular espectros...efêmera flâmula tremendo em vão na mão do herói que já não veio...naufrágio...abismo eterno de amor que nos engole...

APRESENTAÇÃO

Mauro Andriole nasceu na cidade de São Paulo, Brasil, em 16 de Janeiro de 1963.
É artista multimídia: pintor, escultor, ceramista, gravador, desenhista, escritor e filósofo.
Estudou Desenho Técnico de Comunicação no IADÊ em 1979, em São Paulo, e posteriormante formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo, em 2008.
Iniciou sua carreira profissional ilustrando para o jornal “
Folha de São Paulo”.
Foi ilustrador na década de 80, seus desenhos foram publicados em diversos jornais e revistas da cidade de São Paulo. Trabalhou também como
cenógrafo, designer e diretor de arte.
A partir de 1986 inicia a exposição de suas obras de arte em galerias e museus no Brasil, Europa e Japão. Suas obras fazem parte de coleções públicas e particulares –
Museu de Arte Contemporânea de Resende, Rio de Janeiro; Museu de Arte de Kushima, Kushima, Japão; Árvore, Cooperativa Artística da Cidade do Porto, Portugal; Galeria do Forte, Chaves, Portugal.
Atualmente Andriole trabalha e vive em Itanhaém, litoral sul de São Paulo.
Sua obra trata de culturas ancestrais do Brasil, dos povos da floresta, seus mitos e cosmologia. Editou a série “Dança para segurar o Céu” em 2003, monotipias que contam a história mítica de um Pagé e seus ritos para sustentar a harmonia do Cosmos.

Saturday, January 17, 2009

O Eclipse da Razão





















Uma chave para o entendimento é a compreensão dos limites da razão.
Quando notamos que quase nada sabemos sobre as coisas beiramos a genialidade. 

Une des clés de compréhension est de comprendre les limites de la raison.
Lorsque nous avons remarqué que nous ne savons presque rien sur la frontière des choses sur le génie. 

Friday, January 16, 2009

Inefável


De todas as coisas possíveis que o homem pode apreender, a mais simples de todas é o amor. E de todas as possibilidades de conhecer , o amor é a única que escapa totalmente a capacidade do homem traduzir em palavras.
Sempre que puder...ame.
Sempre que não puder...ame.

Thursday, January 08, 2009

...som...silêncio...som...



Cerimônia




















No gesto mais simples reside a sincronicidade com a dança da vida.

As forças conjuradas















Em sua dança o Pagé evoca
as forças que utilizará para
adentrar o sonho e
realizar seu destino
de ser iluminado.

Alegoria


















No sonho a vida e a morte não tem
polaridade, tudo se dá numa só dança
entre o medo e o amor.

A Urna






Descança na urna a vida do Pagé.

Das cinzas pouco se pode saber senão que ele é do mesmo pó que todos os outros homens, porém, de sua presença, ali feito irradiação, sabe-se , ou antes, pressente-se que ele não é o pó que ali foi depositado.

Monday, December 08, 2008

sono

No cerne habita a vida, que sonha em ser desperta, o que no sono é realidade.

O rio e a chuva


VERMELHO


alter ego




Nunca se está realmente onde se pensa, pois o pensamento ocupa uma região além de onde se pode estar simplesmente.

séculos e séculos


... há muito mais tempo do que o próprio tempo nasceu a vontade de Ser, mas no mesmo instante que essa vontade tomou consciência de si, nasceu o tempo, pois ela era movimento no espaço. Movendo-se para todos os sentidos a vontade expandiu de tal modo que tornou-se eterna e antes que pudesse compreender sua própria natureza, ultrapassou o tempo que era seu filho. Esta é a história da história.

Monday, May 12, 2008

Realidade e Ilusão



A realidade é apenas uma questão de escolha e perseverança. Tudo o mais é ilusão.

COOPERAÇÃO



Quando a cooperação entre os homens for um modelo hegemônico, substituindo a competitividade predatória que se instalou com a conquista do mais forte, justificada pela mente mecanicista, então, outra fortuna se revelará para todos os povos, e a vida será uma realização natural e plena. Buscar este paradigma, do cooperativismo, é ainda o sonho de grandes espíritos livres.

Wednesday, April 02, 2008

Fenomenologia

Apenas o que existe é um olho que vê, tudo decorre dessa sensação luminosa.

Fibras




Fio a fio, tensão constante, a mão trama o tecido que vestirá o corpo do mundo imaginado.

Tuesday, April 01, 2008

Vestígios

O que nos resta são vestígios.
Memória que não diz mais do que somos capazes de reconhecer em nosso espelho de Narciso.

O Graal


Sobre a mesa de pedra esculpida num mundo que se posta ali onde habita apenas a idéia do Ser está o Graal.
Em verdade, o nome não exibe o Ser ali exposto, mas aqui onde as palavras são chaves para a sensação ele evoca luzes conhecidas: razão.
Razão de Ser para nós, presos desde sempre neste diálogo dito na caverna suprafísica que ressoa a palavra metafísica, presa de nossa pequena razão.
Uma vida que não foi examinada não merece ter sido vivida, disse Platão.
O Graal, insólito, e por isto mesmo, "necessário", nos inunda até o afogamento das possibilidades explicativas e nos atira diante da imortalidade do sangue.
Milagre ?
Tudo aqui é apenas palavra.

isca

Da série DANÇA PARA SEGURAR O CÉU eu lanço esta isca, que em verdade, antes me coloca na sua boca do que você em meu balaio.

Thursday, March 27, 2008

devir


Conhecimento e Arte



De tempos em tempos o tempo imprime suas formas no espírito da matéria, sentidas pelos homens que as manifestam conforme seus recursos e intelecção. Desta manifestação nasce a maioria das coisas que chamam de "mundo".

Contudo, há certa esfera do espírito, que alheia às condições dadas no tempo, inaugura a forma da imortalidade material, simulacro da substância eterna de que provém. Essa é a esfera da Arte, seu universo transcende os modos intelectivos, explicativos do mundo, instalando a certeza subjetiva da imortalidade, exposta na obra de arte, como a "prova" de um conhecimento nascido puramente dos sentidos.

Thursday, February 28, 2008

Ver o mundo e dizê-lo


Os símbolos que os olhos ancestrais viam em sua Arte eram, "de fato", aquilo que representavam, e por isto, exerciam um poder sobre os homens de um modo impensável para a realidade de nossos dias.
O que os fez levantar totens, pirâmides e esculpir a pedra e a madeira não foi senão a resposta incondicional à integração que possuíam com a esfera transcendental,
e isto os distinguia dos animais, pois só o homem era capaz da representação simbólica.

COMUNHÃO


Wednesday, February 27, 2008

Atlante


Sempre haverá o duplo movimento da verdade do Ser manifesta no tempo, trata-se de uma condição. Tudo decorre da forma de apreensão, do modo como se diz: “isto é real”, e que ora é dado pelo imediatamente externo para o interno, ora é pura intemporalidade, pelo imaterial... isto é... de antes de ser interno ou externo. É deste ponto que tudo vem a ser para fundar a não localidade, lá onde o espaço é verbo, “é” a região invisível do refluxo do ser, da magia e do encantamento, na qual todos os sentidos se alimentam do que são de e numa fonte maior, absoluta. De lá reiteram a consciência do ser na matéria, num moto perpétuo, sendo ilogicamente e extraordinariamente o que são. Para além disto, apenas podemos dizer que são representações.
Esta é a região, imanente e absoluta, é de onde tudo "isto" é "mais do que isto". O transcendental e inefável, porém ao alcance dos sentimentos últimos da alma livre.
Há, portanto, indiferente a ordem da história, o que é dito pelo extraordinário.

História da história


Uma História

Do que é feita uma história?
Da vontade de contar algo que aconteceu para alguém?
É razoável pensar que esta seja uma origem plausível.
A verdade é que nada pode vir a ser antes de ser de algum modo uma simples vontade, que aqui, em nosso desejo de conhecer é do que é feita uma história.
Vontade essa, essencial, considerada “necessária”, constitutiva da natureza humana. Por isto, fundamentada, racionalizada, fruto de um consentimento portanto, que, por sua vez, gira em torno de uma idéia predominante numa cultura: a idéia de ser história.
Sim... a idéia de história é tão antiga quanto deve ser a própria linguagem, embora assuma formas diversas ao longo da “história”. Contudo, mas que tudo, ela é, na verdade, apenas uma idéia predominante, é uma noção geral dada em uma circunstancia determinada. Isto porque, tal como uma idéia, a história também se articula, se transforma conforme o movimento constante da mente e, deste modo, se incorpora na comunidade dos homens segundo um determinado tipo de apreensão – pois são inúmeras as formas de apreender a realidade. Sob formas cambiantes ela se “faz ser” nos indivíduos, em sua interioridade, como algo que corresponde a um gênero conhecido: história.
Por ser assim, por corresponder a uma necessidade intrínseca à natureza humana é que seu destino é infinito.
Por ser infinita, a história é nunca é só uma no indivíduo, que é infinito para si, na medida em que o homem é um ser no tempo, permeável, mutante e que, sobretudo, pouco sabe de si. A história também é, portanto, “muitas outras” para os outros infinitos indivíduos ao longo das gerações, que a conhecem tal como verdade histórica. Assim, a história segue seu destino, corta o tempo em períodos ecoando sua verdade mutante e infinita.
Cada indivíduo a reflete em si e é, ao mesmo tempo, um reflexo na história, essa estrada de mão dupla, realidade construída por duas imagens irradiando simultaneamente significados semelhantes em sentido contrário. Numa via, fulgura para o indivíduo em sua subjetividade, e lhe garante uma referência interna, na qual, ele é para si um indivíduo histórico no mundo. Noutro vetor, a história resplandece para o mundo – entendido como o conjunto dos membros de uma comunidade - constituindo-o em cada “fala” e “gesto”. A forma ou idéia histórica se imiscui à subjetividade que a recebe como fator identitário para a vida do indivíduo, assentido deste modo, como um membro histórico, incorporado à história comunitária. O indivíduo, por isto, é reconhecido e aceito mediante um consenso geral, forma-se a sociedade histórica: o indivíduo é um ente histórico e seu relato pessoal é referente para os outros indivíduos.
Ele torna-se finalmente um com ela, para ser, a um só tempo, uma partícula da história daquele mundo para os outros, que, igualmente, são para o mundo e também o conhecem segundo suas próprias histórias.
Dissemos isto tudo, até aqui, tal como se “esta verdade” sobre a história fosse verdade. Nela iniciamos um percurso – natural? - em direção à busca de uma só história.
Mas a verdade é que descobrimos, ao longo desse percurso, que há a história da verdade. Portanto, que também há a história da verdade do ocidente, além da história da verdade do oriente, e dos vencidos e dos vencedores, e assim por diante, infinitamente.
Mas, será que se seguirmos um mais adiante, mergulhando na essencialidade do pensamento sobre do que é feita a história nos deparemos com a bifurcação inevitável da dualidade do ser?

Friday, February 01, 2008

A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DE SI MESMO


Para sentir-se verdadeiramente artista é preciso ir às origens. É preciso ser um índio sabendo que isto é impossível sendo um branco. É preciso não pensar para apenas sentir a forma correr pelas mãos na ânsia de vestir o corpo.


TOTEM: A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DE SI MESMO

Coleção de bijuterias feitas em resina de poliester. 2008 itanhaém

ATHENAS


Colares: criando a imagem de si mesmo






" Esta colecção representa retratos estéticos da cultura indígena brasileira levados para a estética moderna das grandes cidades, como diria o Simmel :"a grande cidade repleta da vida do espírito", que se revela em cada cor e em cada movimento agora presente não só em telas, aquarelas, pastéis e esculturas, mas também presentes na moda e na beleza, em mais uma forma de tradução do 'belo', no sentido socrático!"
Mariana Villares Pires

TOTEM : a construção da imagem de si mesmo


Depois de certo tempo de atividade nas artes, na pintura, gravura e escultura, o fazer torna-se menos arbitrário para fruir apenas com ritmo natural, e por mais que se queira, nada há que se possa fazer para saber de antemão onde será manifesto a próxima idéia, sob que véu a verdade do espírito se revestirá.

A coleção TOTEM: a construção da imagem de si mesmo é recente, re-criada (sempre) a partir de reminiscêmcias que já pairavam em minha órbita.

Falar sobre a criação sempre é possível mas o melhor é apenas vivê-la em sua interioridade, que me escapa quando penso no que os outros verão e sentirão.

O que sinto que posso dizer é a descoberta do corpo como suporte e motivo para a obra...engraçado sentir que os povos indígenas são os mais inteligentes da face da terra e rápido perceberam isto...graças a Deus ainda habitam por aqui.


Wednesday, September 26, 2007



E então Deus
mostrou escadas
Seus degraus pareciam infinitos
e subiam sem fim para os
Céus

Aí... o homem desejou subir
aos céus pelas escadas sem fim
Degrau após degrau...
mas o infinito era maior que a sua existência.

Assim, desejando saber sobre o sem fim,
o homem perguntou a Deus porque Ele fez a escada
Só houve silêncio

Saturday, July 14, 2007

DANÇA PARA SEGURAR O CÉU







Quando soubermos que a diversidade da natureza humana é seu aspecto mais rico, que é a face explícita da infinita natureza de Deus, experimentaremos o salto quântico.


Abaixo, algumas linhas ditas sobre esta questão por Ailton Krenak:




"Os fatos e a história recentes dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre. Se pensarmos que há 500 anos algumas canoas aportaram aqui na nossa praia, chegando com os primeiros viajantes, com os primeiros colonizadores, esses mesmos viajantes, eles estão chegando hoje às cabeceiras dos altos rios lá na Amazônia."




A pintura chama-se Comunhão e reflete um instantâneo da natureza da diversidade em harmonia. Foi criada em 2007 e encontra-se atualmente em Portugal, no Porto. Expressa minha vontade de participar deste processo de esclarecimento que todos nós, cada qual a seu modo, experimenta ao longo da vida.

Tuesday, July 03, 2007

Polítika



Há milênios o homem disse de si que é um animal, um ser Político, e que seu destino é construir seu mundo, no qual, pelo exercício pleno da palavra, da razão e do seu intelecto, ordenará todas as coisas segundo o melhor, o bem e o belo. E tudo o que o homem foi capaz de dizer de si se cumpriu, porém agora, além disto e do que a palavra expressa, corre feito cardume, a voracidade comercial publicitária, que consome a língua humana , e inunda de obscuridade o intelecto e oblitera a razão, que interdita o exercício livre da política e da construção do mundo segundo o melhor, o bem e o belo. É preciso dizer do homem aquilo que o homem não pode dizer pela palavra, é preciso saber pelo homem aquilo que ultrapassa seu mundo, para lá, nesse não-lugar, inominável, saber apenas ouvir.

O FATOR FATO




O fato, é que a razão de ser da pergunta é sempre mais importante do que aquilo que se quer saber sobre as coisas. Porém, essa razão de ser primeira, em geral, se perde facilmente ante aquilo que a vida linear, imediata, responde ser aquilo, que torna-se o fato, substituindo-o pelo que seria a verdade de ser do fato.
Em outras palavras, o fato é uma construção essencialmente individual e regulamentada, única e exclusivamente, pelos recursos internos do indivíduo, ou seja, submetido a um regime da pura interpretação. Considerado desse modo, o fato é que somos levados invariavelmente a nos remeter, e a admitir, que o fato é uma outra coisa agora, do que aquilo que julgamos ser antes de pensá-lo apenas como uma “interpretação subjetiva”. Dessa suposição, conjectura ou investigação, os filósofos concluíram que a verdade não está nas aparências.
E, a despeito da consciência dessa distância entre o que a razão julga ser aparentemente o fato e o que aquilo é de fato, o nos que resta, honestamente, é que pouco ou quase nada se sabe sobre as coisas. E, além disso, o fato não se sedimenta na consciência assim como um “conhecimento” simplesmente, como se fosse uma “coisa certa”, um “destino consumado”, assentido, até averbado para uns tantos burocratas ingênuos, ou até sob a forma de uma certeza científica, ou também como uma dúvida científica. Ele é verdadeiro tanto quanto somos capazes de ser verdadeiros conosco.
Nada possui significado permanente dentro de um contexto que se modifica indefinidamente, e ao que parece... toda verdade é relativa, inclusive esta verdade!
E este é um fato considerável.
Então, o que é o fato senão um “chiste” da razão, o lampejo eleito entre miríades de outros que a excita à soberania ensandecida da enunciação? Razão, esta dama que se releva como a detentora da palavra final, proclamando o veredicto último e proferindo a sentença lógica, executada a frio, para num golpe certeiro congelar o fato e a sua vida de sangue e suor.
Diz-se muito do homem, que é isto, que é aquilo, que na verdade é alma aprisionada ou que é animal evoluído, ou hibrido de algum povo misterioso desconhecido.
Mas quem diz tudo isto senão o próprio homem em sua sede de criar o primeiro fato?
Perguntas sem fim, intermináveis tanto quanto o homem julga ser seu destino. Quanto responder antes de vir a saber sobre o que é perguntar?
Perguntas são fáceis e sempre possíveis, são o fim previsível, no sentido mais evidente do que vem a ser isto - o homem.
As respostas nem tanto assim. Difíceis de ouvir quando a intenção é realmente saber por que se perguntou de fato.
Impostas uma a uma, superadas uma a uma, propagadas e desmentidas por outras, sejam tantos os tempos, sejam tantos os homens, seja feito a vossa vontade afirmar, e de ser quem diz uma verdade, os fatos são humanamente sempre uma mentira convincente, uma foto temporária, correta de algum modo certamente, do mesmo modo que se perderá lá naquele profundo distante que chamamos futuro. Lá serão fatos ainda ou interpretações?
Mas o fato é que o combate é real - dizer o mundo - e de algum modo isto parece inevitável, claro, porque toda afirmação já é a resposta dada ao que não se perguntou ainda, mas que está pulsando nas vísceras deste animal pensante, evoluído ou em desenvolvimento, híbrido de demiurgo ou sombra numa caverna que pode ser seu corpo aprisionando uma alma, luz que é irradiação em si, e que evoluí quando afirma querer iluminar, pois que é melhor segundo sua natureza, que é fato nesta sombra atormentada.
Mas o que é de fato tudo o que se disse até aqui senão o dizer ouvir os ecos assombrados nesta escuridão de destinos da alma liberta da vontade de ser melhor? Já que sabe ser além da consciência que tem de si, uma outra que a sustenta com Vontades inefáveis.
Assim a questão sobre o fato insiste e deseja ser permanente, mas também se recolhe se assim lhe ordena alguma razão resoluta de que o fim humano tem que ser outro.
Somos senhores sempre, soberanos em nossa argúcia, e da nossa ignorância casta quando afirmamos nada saber, estes atores incondicionais de nosso destino inapreensível, este fato eleito para ser isto dentre tantos outros modos de ser, pois não sabemos ser nada além do que dizemos.
Senhores dentre tantos senhores, acotovelando-se entre afirmações sem fim sobre o que deverá prevalecer e ser conhecido sobre os fatos e as coisas que, irreverentemente, desdenham e se antecipam, desaparecendo na mais simples das mágicas, rindo felizes como presentes numa meia de Natal que igualmente permanece à espera da chegada de um castelo com seu Rei e suas donzelas, seus cavaleiros e dragões, seus vilões atirados num fosso de crocodilos, ossos polidos, todos empacotados com fita vermelha e acompanhados de um cartão... o presentinho que ficará para sempre na memória - item cientificamente conhecido pela psicologia - para ser cédula recontada interminavelmente de mente em mente, socando alicerces de areia, gestos imitados que educarão muitas outras e outras, sombras causadas pelas luzes em seus sonhos de saber perguntar a pergunta certa.
Os fatos são, se assim quisermos incontestáveis, inequivocamente interpretados segundo óticas opostas incontestáveis, teses assinadas legitimamente por seus autores, cientes ou não de suas verdades superáveis e de suas limitações, fins e milagres.
Saber sobre o fato sempre será nosso destino... eis a questão de fato, porque o ser ou não ser, já se obliterou e nada nos diz, posto que o ser de fato já não é de interesse humano, afinal é o que parece, embora alguns teimosos se detenham nisso com outra vontade, de modo quase inumano, e considerados por isso até desumanos.

Saturday, June 30, 2007

ARTIGO SOBRE O PORTO, PORTUGAL

Caro amigo visitante, recentemente estive na cidade do Porto, em Portugal, onde permaneci durante os meses de Dezembro de 2006, Janeiro e Fevereiro de 2007. Minha experiência artística, profissional e cultural, bem como o contato com os artistas portugueses foram muito ricas, de modo que julguei interessante transmitir o que considerei mais relevante para aqueles que têm interesse no mundo das artes. Publiquei então dois artigos no site http://www.coresprimarias.com.br/ que é especializado em história das artes visuais.
Recomendo o site para aqueles que gostam da arte e também para os profissionais da área. Além de meus artigos há muitos outros de grande valor, escritos por personalidades que atuam na cena artística contemporânea.
Enfim... assim, fica aqui o convite aberto a você.
Conheça o http://www.coresprimarias.com.br/ certamente você vai gostar.

Abraços!