Saturday, May 28, 2011

Dança para Segurar o Céu - TEDxVILAMADÁ

Em 26 deste mês de Maio, passados mais de 15 anos, reencontro a fala de Krenak, que mais uma vez reitera meu sentimento em relação a muitas urgências no modo como conduzimos nossa vida neste planeta.
A possibilidade se deu no envento promovido pelo TEDxVILAMADÁ, que veio colocando a reflexão sobre o MEIO AMBIENTE como a pauta principal de uma série de encontros, que culminaram em SP com a fala de Ailton Krenak. Fica aqui, portanto, registrado o meu agradecimento direto aos organizadores do evento - Taiana, Rita, Sueli, Iracema Guisone e Maurício Curi - que me convidaram para expor no TEDxVILAMADÁ o projeto Dança para Segurar o Céu, inspirado justamente por Ailton.
Dança para Segurar o Céu é o título dado a uma série de trabalhos realizados entre 2003 e 2004, que expressam esse sentimento sobre uma forma de relação sadia conosco e com o meio em que existimos. A natureza da arte, a meu ver, é das mais adequadas para registrar as etapas desta relação que devemos manter com o mundo ao nosso redor, seja ele o mundo da matéria, que inclui todos os lugares deste planeta, e igualmente, o sutil, da pura energia, que se manifesta em todos os seres que nele viverm.
É assim que, reiterando a fala de Krenak, deixo aqui mais uma vez a necessidade de estabelecermos esta conduta sadia com tudo que nos cerca: dançar com a vida para manter sobre nós e em nós este Céu que nos ampara. Concluo deixando  aqui uma reflexão: somos únicos, e a um só tempo, somos o que chamamos humanidade, mas, sendo um ou o outro, não somos diferentes de outras expressões de vida que também vieram a habitar este tempo e espaço, portanto, vivemos a oportunidade de conhecer a natureza que está pulsando em tudo a todo instante, mas para isto, precisamos urgentemente compreender que as "nossas" criações - a sociedade e a cultura científica contemporânea - não são um fim em si mesmas, mas apenas etapas dentro de um infinito processo Criador que nos escapa ao entendimento e nos ultrapassa o controle, sendo assim, vital agora, olharmos para o lá fora, para o Céu, que está vivo e habita nossos corações.

Thursday, May 05, 2011

A arte da água

 E na origem tudo converge para a Água. Tales, o sábio da Antiguidade anteviu o que Darwin e os microscópios potentes da contemporaneidade reafirmam a seu modo. Origem, no entanto que se estende para muito além da matéria observável em sua estrutura atômica. Somos mais do que H2O, mais do que seres evoluídos de organismos unicelulares de um mar primitivo, somos habitantes de um planeta Água, que flui dentro de nosso corpo e nos anima as emoções profundas. Nas profundezas de nosso ser está nossa Alma, dizem os textos teológicos, e ela é a sede da nosso origem.













Tanto quanto a Água, a Alma flui numa existência diáfana imisciundo-se às emoções que recebe como tintura, ganhando cores e formas diversas. Na aquarela encontramos um paralelo para este fenômeno. A Água base de todo a vida deste gênero de obra recebe da mão do artista os pigmentos que lhe correspondem a necessidade de expressão de uma emoção que fica gravada na folha de papel. Temos assim, a Água Alma, que é Fonte e Partícula, Mito e Ciência, atuando sob o Tempo Emoção, mediante a criação posta em movimento pelo artista, que é agente da Obra; e finalmente o receptáculo e testemunho destes princípios, o Corpo Papel, que guarda a ação da Arte, seus movimentos, emoções e meios, além de uma individualidade - o Artista - que tanto quanto a Aquarela, se desvanecerá um dia, retornando para onde está sua origem.