Monday, December 08, 2008

sono

No cerne habita a vida, que sonha em ser desperta, o que no sono é realidade.

O rio e a chuva


VERMELHO


alter ego




Nunca se está realmente onde se pensa, pois o pensamento ocupa uma região além de onde se pode estar simplesmente.

séculos e séculos


... há muito mais tempo do que o próprio tempo nasceu a vontade de Ser, mas no mesmo instante que essa vontade tomou consciência de si, nasceu o tempo, pois ela era movimento no espaço. Movendo-se para todos os sentidos a vontade expandiu de tal modo que tornou-se eterna e antes que pudesse compreender sua própria natureza, ultrapassou o tempo que era seu filho. Esta é a história da história.

Monday, May 12, 2008

Realidade e Ilusão



A realidade é apenas uma questão de escolha e perseverança. Tudo o mais é ilusão.

COOPERAÇÃO



Quando a cooperação entre os homens for um modelo hegemônico, substituindo a competitividade predatória que se instalou com a conquista do mais forte, justificada pela mente mecanicista, então, outra fortuna se revelará para todos os povos, e a vida será uma realização natural e plena. Buscar este paradigma, do cooperativismo, é ainda o sonho de grandes espíritos livres.

Wednesday, April 02, 2008

Fenomenologia

Apenas o que existe é um olho que vê, tudo decorre dessa sensação luminosa.

Fibras




Fio a fio, tensão constante, a mão trama o tecido que vestirá o corpo do mundo imaginado.

Tuesday, April 01, 2008

Vestígios

O que nos resta são vestígios.
Memória que não diz mais do que somos capazes de reconhecer em nosso espelho de Narciso.

O Graal


Sobre a mesa de pedra esculpida num mundo que se posta ali onde habita apenas a idéia do Ser está o Graal.
Em verdade, o nome não exibe o Ser ali exposto, mas aqui onde as palavras são chaves para a sensação ele evoca luzes conhecidas: razão.
Razão de Ser para nós, presos desde sempre neste diálogo dito na caverna suprafísica que ressoa a palavra metafísica, presa de nossa pequena razão.
Uma vida que não foi examinada não merece ter sido vivida, disse Platão.
O Graal, insólito, e por isto mesmo, "necessário", nos inunda até o afogamento das possibilidades explicativas e nos atira diante da imortalidade do sangue.
Milagre ?
Tudo aqui é apenas palavra.

isca

Da série DANÇA PARA SEGURAR O CÉU eu lanço esta isca, que em verdade, antes me coloca na sua boca do que você em meu balaio.

Thursday, March 27, 2008

devir


Conhecimento e Arte



De tempos em tempos o tempo imprime suas formas no espírito da matéria, sentidas pelos homens que as manifestam conforme seus recursos e intelecção. Desta manifestação nasce a maioria das coisas que chamam de "mundo".

Contudo, há certa esfera do espírito, que alheia às condições dadas no tempo, inaugura a forma da imortalidade material, simulacro da substância eterna de que provém. Essa é a esfera da Arte, seu universo transcende os modos intelectivos, explicativos do mundo, instalando a certeza subjetiva da imortalidade, exposta na obra de arte, como a "prova" de um conhecimento nascido puramente dos sentidos.

Thursday, February 28, 2008

Ver o mundo e dizê-lo


Os símbolos que os olhos ancestrais viam em sua Arte eram, "de fato", aquilo que representavam, e por isto, exerciam um poder sobre os homens de um modo impensável para a realidade de nossos dias.
O que os fez levantar totens, pirâmides e esculpir a pedra e a madeira não foi senão a resposta incondicional à integração que possuíam com a esfera transcendental,
e isto os distinguia dos animais, pois só o homem era capaz da representação simbólica.

COMUNHÃO


Wednesday, February 27, 2008

Atlante


Sempre haverá o duplo movimento da verdade do Ser manifesta no tempo, trata-se de uma condição. Tudo decorre da forma de apreensão, do modo como se diz: “isto é real”, e que ora é dado pelo imediatamente externo para o interno, ora é pura intemporalidade, pelo imaterial... isto é... de antes de ser interno ou externo. É deste ponto que tudo vem a ser para fundar a não localidade, lá onde o espaço é verbo, “é” a região invisível do refluxo do ser, da magia e do encantamento, na qual todos os sentidos se alimentam do que são de e numa fonte maior, absoluta. De lá reiteram a consciência do ser na matéria, num moto perpétuo, sendo ilogicamente e extraordinariamente o que são. Para além disto, apenas podemos dizer que são representações.
Esta é a região, imanente e absoluta, é de onde tudo "isto" é "mais do que isto". O transcendental e inefável, porém ao alcance dos sentimentos últimos da alma livre.
Há, portanto, indiferente a ordem da história, o que é dito pelo extraordinário.

História da história


Uma História

Do que é feita uma história?
Da vontade de contar algo que aconteceu para alguém?
É razoável pensar que esta seja uma origem plausível.
A verdade é que nada pode vir a ser antes de ser de algum modo uma simples vontade, que aqui, em nosso desejo de conhecer é do que é feita uma história.
Vontade essa, essencial, considerada “necessária”, constitutiva da natureza humana. Por isto, fundamentada, racionalizada, fruto de um consentimento portanto, que, por sua vez, gira em torno de uma idéia predominante numa cultura: a idéia de ser história.
Sim... a idéia de história é tão antiga quanto deve ser a própria linguagem, embora assuma formas diversas ao longo da “história”. Contudo, mas que tudo, ela é, na verdade, apenas uma idéia predominante, é uma noção geral dada em uma circunstancia determinada. Isto porque, tal como uma idéia, a história também se articula, se transforma conforme o movimento constante da mente e, deste modo, se incorpora na comunidade dos homens segundo um determinado tipo de apreensão – pois são inúmeras as formas de apreender a realidade. Sob formas cambiantes ela se “faz ser” nos indivíduos, em sua interioridade, como algo que corresponde a um gênero conhecido: história.
Por ser assim, por corresponder a uma necessidade intrínseca à natureza humana é que seu destino é infinito.
Por ser infinita, a história é nunca é só uma no indivíduo, que é infinito para si, na medida em que o homem é um ser no tempo, permeável, mutante e que, sobretudo, pouco sabe de si. A história também é, portanto, “muitas outras” para os outros infinitos indivíduos ao longo das gerações, que a conhecem tal como verdade histórica. Assim, a história segue seu destino, corta o tempo em períodos ecoando sua verdade mutante e infinita.
Cada indivíduo a reflete em si e é, ao mesmo tempo, um reflexo na história, essa estrada de mão dupla, realidade construída por duas imagens irradiando simultaneamente significados semelhantes em sentido contrário. Numa via, fulgura para o indivíduo em sua subjetividade, e lhe garante uma referência interna, na qual, ele é para si um indivíduo histórico no mundo. Noutro vetor, a história resplandece para o mundo – entendido como o conjunto dos membros de uma comunidade - constituindo-o em cada “fala” e “gesto”. A forma ou idéia histórica se imiscui à subjetividade que a recebe como fator identitário para a vida do indivíduo, assentido deste modo, como um membro histórico, incorporado à história comunitária. O indivíduo, por isto, é reconhecido e aceito mediante um consenso geral, forma-se a sociedade histórica: o indivíduo é um ente histórico e seu relato pessoal é referente para os outros indivíduos.
Ele torna-se finalmente um com ela, para ser, a um só tempo, uma partícula da história daquele mundo para os outros, que, igualmente, são para o mundo e também o conhecem segundo suas próprias histórias.
Dissemos isto tudo, até aqui, tal como se “esta verdade” sobre a história fosse verdade. Nela iniciamos um percurso – natural? - em direção à busca de uma só história.
Mas a verdade é que descobrimos, ao longo desse percurso, que há a história da verdade. Portanto, que também há a história da verdade do ocidente, além da história da verdade do oriente, e dos vencidos e dos vencedores, e assim por diante, infinitamente.
Mas, será que se seguirmos um mais adiante, mergulhando na essencialidade do pensamento sobre do que é feita a história nos deparemos com a bifurcação inevitável da dualidade do ser?

Friday, February 01, 2008

A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DE SI MESMO


Para sentir-se verdadeiramente artista é preciso ir às origens. É preciso ser um índio sabendo que isto é impossível sendo um branco. É preciso não pensar para apenas sentir a forma correr pelas mãos na ânsia de vestir o corpo.


TOTEM: A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DE SI MESMO

Coleção de bijuterias feitas em resina de poliester. 2008 itanhaém

ATHENAS


Colares: criando a imagem de si mesmo






" Esta colecção representa retratos estéticos da cultura indígena brasileira levados para a estética moderna das grandes cidades, como diria o Simmel :"a grande cidade repleta da vida do espírito", que se revela em cada cor e em cada movimento agora presente não só em telas, aquarelas, pastéis e esculturas, mas também presentes na moda e na beleza, em mais uma forma de tradução do 'belo', no sentido socrático!"
Mariana Villares Pires

TOTEM : a construção da imagem de si mesmo


Depois de certo tempo de atividade nas artes, na pintura, gravura e escultura, o fazer torna-se menos arbitrário para fruir apenas com ritmo natural, e por mais que se queira, nada há que se possa fazer para saber de antemão onde será manifesto a próxima idéia, sob que véu a verdade do espírito se revestirá.

A coleção TOTEM: a construção da imagem de si mesmo é recente, re-criada (sempre) a partir de reminiscêmcias que já pairavam em minha órbita.

Falar sobre a criação sempre é possível mas o melhor é apenas vivê-la em sua interioridade, que me escapa quando penso no que os outros verão e sentirão.

O que sinto que posso dizer é a descoberta do corpo como suporte e motivo para a obra...engraçado sentir que os povos indígenas são os mais inteligentes da face da terra e rápido perceberam isto...graças a Deus ainda habitam por aqui.