Thursday, May 20, 2010

Dizer a Arte

Muito já se disse sobre a Arte.
Disseram que ela morreria um dia, e mesmo, que ela já morreu , inclusive. Evidentemente isto não é verdadeiro.
Verdade também é que muito se dirá ainda sobre a Arte, pois nunca se terá dito o suficiente para dar conta de tudo o que ela significa para a humanidade.
E as razões para isto ser credível são simples.
A primeira delas é que a Arte é a mais fiel expressão direta do que chamamos “espírito humano” – seja lá qual for o significado que atribuamos a esta designação. E a prova disto é que toma-se a Arte, ou a Obra de Arte, como um fator distintivo, primordial, para aferir o grau ou nível de desenvolvimento de uma cultura que já não existe mais. Na Arte está todo o conhecimento de uma época, bem como seus valores morais, filosóficos, além da ciência e política, mas, sobretudo, estão os sonhos mais íntimos que impulsionaram estas sociedades a se constituírem tal como o fizeram.
A Arte, entendida deste modo, portanto, expressa um valor que é intrínseco, imanente, sendo capaz, por isto, de ultrapassar as fronteiras materiais, finitas, para instaurar, por si só, percepções do desenvolvimento “espiritual” ou o que há de eterno nos modelos civilizacionais. Isto porque, e esta é a segunda razão, a Arte coincide com a essência que nos torna “humanos”, ou seja, nossa capacidade de criar uma linguagem e expressar nossas apreensões do mundo de forma concreta.
A Arte é a primeira “fala” do homem, e no sentido da capacidade de irmos ao mais profundo de nosso ser, é a última “fala”.
Assenta nessa percepção, seja a de que a Arte não pode estar morta ou de que ela não morrerá enquanto o homem existir sobre a face da Terra, a iniciativa deste espaço reflexivo. Um espaço na blogosfera que privilegia a “fala” da Arte e seu modo peculiar de “dizer”.

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