Ultrapassadas todas as barreiras sociais, uma a uma deixadas no limbo dos arquivos dos imensos escritórios vazios, surge o gesto, um homem se lança sobre o mundo. De onde olha, tudo é luz flamejante. Arde em seu vigor o viço da natureza. É um homem tempestade que se avoluma num horizonte intangível, ameça precipitar da pura essência do ser sobre o chão asfaltado da razão instrumental e lavá-lo. Leva consigo tudo que toca, tudo que encanta, tudo que merece ser visto e pensado de modo extremo. Vincent. Uma sombra negra na paleta comedida de uma época pudica no toilet, mas selvagem na dominação mercantil, voraz nas terras da América e em África, povoada pelos imperialistas, o conservador, que pede mais vinho branco para deleitar-se com suas amantes caídas de seios nus. Vincent, o pastor que dispersou as ovelhas desta sociedade em direção ao abismo de sua indignação. No olho dos corvos ele soube ver seu destino apaixonado antes que pudessem retê-lo por mais tempo numa inútil tarefa de cantar para surdos. Vincent, o record da especulação sobre a Arte. De onde olha, nada vê, senão corvos num milharal.
Vaya! Uno de mis impresionistas favoritos! Fantástica mirada!
ReplyDeleteAuxi minha querida poetiza, compartilhamos o mesmo sentimento sobre este visionário. Vincent Van Gogh em meu ver é mais do que um pintor,é uma destas personalidades raras,que de quando em quando iluminam o que estava oculto para todos de seu tempo, e abre assim, uma vereda por onde muitos poderão percorrer pela natureza humana.
ReplyDelete"Gracias" por visitar-me!
Gracias a ti, por compartirte.
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