Espaço reflexivo, multidisciplinar, multiétnico e pluridimensional... adentra o terreno da Metafísica pelas vias subjetivas da Arte, trazendo de lá,do inefável sentido do ser, a busca por sua realização: Ser além de si mesmo, e permanecer inalterado, imutável e pleno. Bem vindo ao tempo sem unidade e ao espaço sem extensão! Saudações!
Saturday, June 25, 2011
Thursday, June 23, 2011
Sobre a vaidade
Meditei um pouco sobre a vaidade, e pouco tempo me levou a admitir que meditar sobre isto é pura vaidade, pois além de inútil, a resposta só poderia centrar-se em alguma moral, e sendo assim, uma particularidade minha, ainda que pudesse possuir algum artifício para "tender" ao universal. O fato é que a vaidade é uma condição variante da própria subsistência social, nosso superego como dizem os psicanalistas, manifesto na "persona", tornando-se portanto inviável penalizar algumas condutas morais, em detrimento de outras. Sem levarmos isto a extremos - é claro - reflexões sobre os atos de pura "vaidade" são expressões dela mesma, oculta dentro de um invariável anacronismo. Antes, dir-se ia que "em sociedade o homem é levado a parecer aquilo que em verdade não é, e o faz por meio de artifícios."Ora, se admitirmos que o homem é um ser social, no moldes aristotélicos, devemos consentir que não há saída, e a vaidade é inexorável e recai sobre os "sócios" em algum nível, em algum momento de sua atuação em sociedade. Por outro lado, se tentarmos eliminar a vaidade da natureza humana, apartando dela as forças do superego, nos dirigimos imediatamente para a outra definição de Aristóteles: seremos deuses.
Sendo animais, porém - e já o somos, não há dúvidas - teríamos um grande futuro pela frente se eliminássemos o que julgamos ser nossa conquista maior, a razão, e isto seria um ato realmente contra a vaidade. Abandonando a vida social viveríamos em comunidades naturais, não em cidades, pois não haveria necessidade de "cidadania", mas por outro lado haveria meios comuns, isto é , de todos, para garantir a sobrevivência. Isto poderia nos levar a sentir a vida de modo tão profundo, tão intenso, que no arder do fogo, que centralizaria nossa atenção, poderíamos vislumbrar mais uma vez uma descoberta, a de que a mesma força que mata pode nos iluminar e aquecer. E se por um milagre isto nos conduzisse "apenas"(!) a sentir uma uma felicidade plena, então experimentaríamos o paradoxo de sermos deuses também.
Do contrário, engendraríamos tantas implicações valorativas nesse fogo, que logo, alguém teria sido levado a querer exercer algum poder sobre ele, e posteriormente dominar os demais ao redor das chamas,e a consequência disto não requer maiores explicações, pois é nesta fogueira de vaidades que ainda queimamos.
Tuesday, June 21, 2011
Em essência só o mistério
De tudo o que vai se experimentando no curso da breve existência humana, naquilo que é ou se constitui como um item da consciência, ou não, pois os limites entre o consciente e o "demais" ainda são conceitos difusos, resta muito pouco além de estados de alegria ou de tristeza. As variações destes estados de ânimo permeiam a totalidade da experimentação humana, fazendo do homem um ser dual e por consequência, movido a buscar suas satisfações dentro destes dois estados de ânimo. A apatia caracterizada pela "pura racionalidade", para não deixar de lado essa possibilidadec de um terceiro estado, é apenas ilusória, posto que igualmente se tinge ora de alguma satisfação ou externa algum inconformismo com a condição humana. Assim, sem sairmos deste eterno movimento de gangorra entre a laegria e a tristeza viemos construindo um mundo que espelha nossa dualidade.
Ricos alegres ou tristes, pobres alegres ou tristes; aptos alegres ou tristes, inéptos alegres ou tristes, esclarecidos alegres e tristes, ignóbeis alegres e tristes, homens e mulheres, alegres e tristes consigo ou com os outros, com o mundo interno ou externo. Iludidos ou desiludidos, com razão ou sem ela. Uma realidade infinitamente monótona oscilando num ou noutro pólo.
Mas isto é, em essência, algum problema que realmente deva ocupar assim tantas linhas e o tempo de tantos que já se debruçaram sobre a dualidade humana?
Evidentemente que é!
E a prova disto está emergindo de onde menos se espera: da negação.
Negação da dualidade condicional da natureza humana.
Como? Ignorando esta condição.
Simplesmente assim.
Exauridos os caminhos religiosos institucionalizados pelas diversas ordens, extenuada a chance dada ao movimento racionalista cientificista e seus sortilégios magnéticos, analógicos e digitais; banida de vez a tentativa de fundir metafísica estóica com física quântica e as muitas variações desse desejo; a luz de um Sol desponta no horizonte e pouco a pouco retira o contraste vital que norteou a vida até aqui.
O milagre está exposto na rapidez da fala das crianças que sem poder admitir o fracasso do projeto civilizacional de seus antecessores, não podem também reduzir a apreensão do mundo a possibilidades de um menu ultrapassado. Levanta-se no fundo desta simplicidade que brilha nos olhos infantis do século XXI a aniquilação da necessidade da gangorra. Que estupidez pode ser esta que se fala aqui? E não se aprende a viver justamente pela experimentação da gangorra? É claro que sim! A questão é que não podemos sentenciar o homem a reprovação eterna. Será que já não é tempo de perceber que há algo novo acontecendo e que o homem pode ter já aprendido com a brincadeira neste parque chamado Éden?
Muita água ainda cairá soando como música para muito poucos. Não se encontra "tudo em tudo" simplesmente, isto soa ainda como mais um sortilégio da linguagem, mas a despeito do que o conteúdo do que foi dito aqui, daquilo que léxico possa encerrar, ou da presença de alguma ideologia datada na história ou apenas das idiossincrasias do autor, sobrepassa o mistério.
E no mistério a dualidade se multiplica infinitamente, sendo "tudo em tudo", justamente quando é elevada a zero.
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