Há muitos anos, talvez em 1988, escrevi estas linhas. Era então um desenhista na cenografia de um canal deTV, e tinha teimosia o suficiente para escrever sem saber nada sobre o que escrevia. Bons tempos.
Todo mistério é fruto
do desconhecimento,
Que por sua vez,
é relativo ao ponto
de vista.
Logo, o mistério de uns
é a verdade de outros.
Então existe o mistério ?
Existe a verdade ?
Ou apenas pontos de vista ?
A dúvida é o mistério.
O conhecido simplesmente "é".
Ser é não ter mistérios,
tão pouco verdades.
A existência é um problema
de quem ainda não percebeu
que existe.
Há o fazer.
E também o “porque”
(às vezes)de fazê-lo.
Mas há o elo entre
o ato imediato e
sua consequência prevista (?)
Ou há um contínuo interagir
entre ação/reação(?)
Há no máximo pseudoconclusões
de um breve momento já passado.
O intervalo entre a ação e
o pensar a ação é falso.
Só há a ação.
O pensar é independente do tempo ou espaço.
Qualquer observação sobre o pensar
é no máximo limitada por conter-se a si mesmo.
Há o “transcendente” no pensar ?
Sob que linguagem se fixaria o
discurso sobre a “transcendência” ?
O saber é intransmissível
porque saber é viver,
e viver é experimentar só:
as limitações de seus
pontos de vista, mistérios, verdades
e “transcendências”.
No comments:
Post a Comment