É fato que a única verdade sobre o tempo é que ele rege a aparência e modela novas formas permanentemente. Assistimos perplexos a renovação de inúmeras coisas, sobretudo, as produzidas pela técnica e engenho humano, porém, deixamos de notar que na invisibilidade e sutileza de um movimento quase imperceptível, ocorre a "grande mudança". É fato, por isto, que a distração da maioria oculte a infalibilidade do tempo como senhor da renovação absoluta.
Já é tempo de perceber, no entanto, que fenômenos ocorrem em muitos setores, em níveis mais ou menos profundos, tanto no clima como no tecido social, que evidenciam a chegada de uma grande transformação: a civilizacional. Seja pela obrigatoriedade de adaptação às condições climáticas - a escassez de recursos, é o maior fator de mudança - ou pela reação de grupos cada vez maiores de pessoas que simplesmente buscam suas realizações "fora" do modo determinado pelo modelo econômico e político, voltando-se mais uma vez para formas de organização comunitária - é o caso de hortas urbanas, vilas ecológicas, cooperativas artísticas e culturais, e mais tantas outras. Um dos fenômenos que mais chama a atenção é o unschooling ou desescolarização: a educação fora da escola. Assim, o que se poderia chamar "escola da vida", termo que usualmente foi banido do meio "formal" por preconceito e soberba, é hoje reinventado e torna-se claramente a base que consolidará os fundamentos de uma nova civilização. Civilização que nega a legitimidade do modelo de educação imposto pelas antigas formas do Estado, e que claramente deverá formar pessoas capazes de entender processos muito mais amplos e criativos de realização. O devir portanto é a própria Arte, e esta, é sua face instantânea. Quem souber desaprender tornar-se-á um sábio em potencial.
Espaço reflexivo, multidisciplinar, multiétnico e pluridimensional... adentra o terreno da Metafísica pelas vias subjetivas da Arte, trazendo de lá,do inefável sentido do ser, a busca por sua realização: Ser além de si mesmo, e permanecer inalterado, imutável e pleno. Bem vindo ao tempo sem unidade e ao espaço sem extensão! Saudações!